Por Que Pode ser Tão Difícil Passar do Planejamento à Execução?

Efigenia Vieira, headhunter e CEO da Upside Executive Search

Tempo de leitura: 2min.

TÚNEIS DE VENTO

O obstáculo no processo de planejamento estratégico, ou mesmo de um plano de ação, é a transição entre o término do seu plano e a sua execução.

MOINHOS DE VENTO

“Dom Quixote de la Mancha e Sancho Pança”. Capítulo VII (CERVANTES, 1605).

Depois das suas andanças, de lutar com o que acreditava ser “gigantes” (moinhos de vento), ele retorna pra casa. Descobriu que não era um herói. Porque não existem heróis.

Por duas vezes me deparo com as figuras de Dom Quixote (sonhador e fantasioso) e seu fiel escudeiro Sancho Pança (realista e sério), representados em estátuas e estatuetas fortes no porte e, estranhamente, decorativas.

A primeira, em um renomado escritório de mercado de Capitais. A segunda, em uma clínica de Psiquiatria. A terceira, agora, como inspiração para falar sobre o mercado em constante movimento e demandas sem fim.

Há várias situações pelas quais é difícil passar do planejamento à execução. E, acredito que estas situações tendem a aumentar rapidamente em um mundo disruptivo.

Anteriormente, esgotavam-se muitos recursos com e no Planejamento Estratégico, por mais simples que fosse. Um exercício que abrange e/ou abrangia cenários que a empresa pode e/ou poderia enfrentar no futuro. Muito tempo e recursos financeiros.

Sendo o seu processo de planejamento longo, árduo e demorado, você pode ter queimado muita energia, mesmo antes de começar a executá-lo. A busca pelo plano perfeito. Que loucura, Dom Quixote! Coloque-o em “bom” e acenda o fogo durante a execução. Mesmo que o plano não seja perfeito, é melhor ter energia em torno da execução do que em torno de um plano que apenas irá acumular poeira. “Sancho resmunga …”

Seu plano é atencioso. É estratégico. É tudo que você queria que fosse. Mas, é muito grande e muito complicado! É fantasioso para a sua equipe, realmente, executar! Uma equipe que sequer participou com suas versões, seus “pitacos”. “Sancho entra em cena.”

Um ótimo raciocínio pode ser facilmente arruinado por um plano que é complicado, ou audacioso demais para seguir e executar sem ter sido construído junto. “Junto é sempre +”

Mantenha seu planejamento, mas torne-o simples o suficiente para executar. A supercomplicação do processo de planejamento é uma das maiores razões pelas quais as organizações não conseguem passar do planejamento para a execução.

Mesmo os melhores planos precisam ter pessoas dedicadas e conhecedoras do propósito empresarial à sua execução. Ao concluir seu processo de planejamento, você sabe quanto do seu tempo, talento e recursos serão empregados à criação?

Planejamento não é sinônimo de estratégia.

Não raras vezes, no dia a dia, a flexibilidade e a autonomia se retiram quando precisamos, velozmente responder, ou mesmo reagir, a um mercado dinâmico e altamente competitivo.

A correlação encontrada entre planejamento e performance é muito vulnerável?

Também não faltam exemplos de empresas classificadas, inicialmente, como “startups”, mas, atualmente, com mais de cinco anos de existência e mais de muitos milhões de faturamento que não fazem planejamento estratégico e conseguem manter o ritmo de crescimento sustentável, acelerado e rentável.

Talvez seja óbvio demais conectarmos o sonho do desejar, da nossa alucinação cotidiana ao senso de propósito real, da realização dos resultados assertivos e palpáveis. O amor de Dom Quixote de la Mancha à Dulcinéia, representado pela continuidade da busca de sempre sermos melhor do que já somos. Ai de nós sem um grande desafio!

Hoje, quem transforma incertezas em oportunidades?

Quem está presente em alta velocidade, fazendo do obstáculo um grande desafio?

UNICÓRNIOS E ANJOS

 O DRAGÃO AINDA VIVE

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Bibliografia

ENOCHSON, Heyden. 3 Simple Reasons to Focus on Execution, Not Planning. EUA., OnStrategy, 2019.